Morrer e renascer

Nas pequenas povoações do interior a vida parece ter desaparecido das ruas.
As lojas fecham e as poucas que resistem aos tempos de crise estão vazias de produtos e de clientes.
Os cafés encerram cedo e até as ruas, com iluminação reduzida, mostram a tristeza de um país sem esperança.
Só a terra teima em se mostrar como todas as primaveras.
Os campos floridos, as vinhas cheias de novos rebentos, as árvores de fruto todas em flor, prometendo
os frutos do Verão, os jardins das pequenas casas com as sardinheiras de várias cores, os malmequeres amarelos, brancos e rosados, os jarros com a sua corola alva e os lírios roxos nos murros de terra na beira das estradas, os narcisos amarelos que nem canários, as magnólias majestosas, as camélias rubras e rosas e as trepadeiras liláses, recusam-se a deixar de renascer por falta de saldo.

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