Um olhar

Uma foto linda das paisagens vulcânicas de Masca, Tenerife, onde o António foi vadiar, como ele diz.

Luciano Pavaroti

Adeus a Luciano

Estava a almoçar no restaurante, quando ouvi a notícia de que tinha partido Luciano Pavarotti.
As minhas colegas admiraram-se de eu ficar com lágrimas nos olhos...
Partira o senhor de uma voz maravilhosa e de uma forma de cantar sem igual. Descanse em paz.

Dias depois fui ao médico, ao centro de saúde onde pertenço.
A sala transbordava de idosos que tagarelavam ruidosamente.
Era dia de vacinas contra a gripe.
A dada altura, na tv, começou a ouvir-se a "Ave Maria"de Shubert. Os idosos começaram a fazer silêncio, um a um.
Em segundos, estavam todos com os olhos no ecran e quase não respiravam. Foi comovente.
Dizem que o povo não sabe apreciar arte!

A força da Net

Um jovem, tirou um pouco do seu tempo na net, para me desejar melhoras, num comentário ao post "Fisioterapia".
Este facto surpreendeu-me.
Últimamente tenho conversado muito com a Vanda, minha amiga apesar de ter quase o dobro da sua idade, sobre as relações pouco responsáveis dos jovens e este contacto veio lembrar-me que não devemos tomar a parte pelo todo.
A maioria dos jovens que eu tenho conhecido, ainda que por intermédio de outras pessoas, não olha os seus actos como tendo consequências, nem para si, nem para as pessoas com quem se relacionam.

É preciso viver o dia intensamente, viver tudo hoje.
São as modas, as saídas, os consumos, os relacionamentos.
Nos relacionamentos então é o egoísmo total.
Não se tem pudor em iniciar uma relação, fazer crer essa relação como forte e séria, para desmentir isso no dia seguinte. Só importa a colecção de troféus que cada um expõe e chegam a afirmar que "só tem uma mulher, quem é feio. Quem não é, tem várias, tem as que quiser".
Quem fez esta afirmação há pouco menos de 3 meses, está por aí, convencido do que diz e a fazer estragos em quem está próximo. Sofrem as consequências do seu procedimento, não só as mulheres que ele escolhe, mas os pais, os amigos e os que se vêm envolvidos sem querer.
É instantâneo o conhecer, o sair, o amar... e o descartar.
Quem tem a pouca sorte de sentir de forma diferente, tem de aguentar, recompor-se e fazer das tripas coração para continuar em frente como se nada tivesse acontecido.
"É o viver o momento como nos apetecer, sem compromisso, sem pensar no futuro", palavras de outro que também anda por aí...
Acho que são incapazes de amar a sério, de olhar os outros nos olhos e se colocar no lugar deles, são adoradores de si mesmo.
Ignoram os sentimentos, pura e simplesmente, sabe-se lá bem porquê!
Talvez mostrem amor pelo seu jipe, pela sua prancha de surf, pelos seus 3 telemóveis... Esses são seus servos silenciosos. Mas as pessoas têm o mau hábito de pensar, de agir, de se revoltar contra o seu egoismo e aí... deixam de interessar.
Só tem valor a conquista. Depois, nada já tem interesse.
É desolador ver isso, tanto nos rapazes, como nas raparigas. O narcisismo não tem sexo.
Por causa destas conclusões que temos tirado ultimamente, me surpreendeu o email, a desejar-me melhoras e preocupado em saber como aconteceu o acidente.
O meu novo amigo tem sonhos... alguns antigos, outros mais recentes.
Está à espera de começar formação profissional, pois foi um dos apanhados pelo tufão despedimentos. Enquanto isso, escreve e acaricía o seu sonho antigo.
Fui ler o seu blog e fiquei comovida com o amor que tem pelos outros.
Já sofre e ainda tem a vida toda para viver...
Enviei-lhe uma mensagem que começava assim: O amor é a força que move o ser humano. Amor a um país, a uma profissão, a uma arte, a outro ser humano.
Ter capacidade para amar, amar verdadeiramente, sempre, sem limites, sem dúvidas, sem condições, sem medir sacrifícios, sem contabilizar dádivas, é um sentimento muito belo, muito próximo de Deus.
Nem sempre se é correspondido na mesma força de amar, mas só esse sentir em si nos basta, nos preenche, nos humaniza.
O meu amiguinho sabe amar de verdade.
Saber da sua existência fez-me acreditar de novo no ser humano e nos sentimentos.
É pena que os Nunos sofram por causa dos Gonçalos, dos Paulos e dos Ricardos. Das Renatas, das Alices e das Suzanas...
Uma vez mais fico feliz por ter vivido a tempo de navegar na net. Ela trouxe-me a mensagem tão simples do Nuno, que acabei por conhecer melhor no messenger e de quem começo a ser admiradora.

Fisioterapia

O médico mandou-me fazer fisioterapia e recomendou-me a FORMAFÍSICA. Aceitei a recomendação.
É uma clínica novinha em folha, ainda por estrear oficialmente, paredes claras e grandes quadros de pintura abstrata. É cheia de luz e cor.
À frente está o casal proprietário, que me acolheu com uma simpatia fora do comum.
Ambos trabalham ali. O Sr. Diamantino, como fisioterapeuta e a D. Maria José, como secretária.
Destaca-se nos dois, no primeiro contacto, a beleza dos olhos. Os dela são castanhos, enormes e acompanham o sorriso escancarado. Os dele são azuis, transparentes e tímidos como o seu riso, como os seus gestos.
Dizem que os olhos são o espelho da alma...
Desde então todos os dias faço ali a recuperação.
Todos os gabinetes têm doentes, mas pelo silêncio, parece que não há lá ninguém. De vez em quando, aquele sossego é interrompido por alguém a suspirar. Ou a ressonar...
Eu não consigo estar de perna estendida e barriga para o ar, em silêncio. Nunca consigo estar calada, quanto mais ali, sem ter com que me entreter, a não ser olhar para as lâmpadas do tecto.
As mãos quentinhas que me tratam, deixam-me bem disposta e fico inspirada. Brinco com o nome do médico que me há-de fazer a ecografia - Dr Tomatas. Conto a história das senhoras que escorregavam na calçada e iam confessar ao padre (a propósito de estar ali outra senhora com o mesmo problema que eu) e rio-me com a D. Elizabete, a assistente.
Digo disparates e ouço risos.
Já reconheço a voz do Sr Acácio e do Sr João, embora não lhes conheça o rosto.
Nestes dias em que me foi recomendado repouso e tenho que estar em casa todo o dia sózinha, ir à Formafísica é uma festa. Tenho tratado o pé e a alma.
É que fazer tratamento a uma maleita física, sem recebermos um sorriso, uma palavra simpática, uma brincadeira, dias a fio, vendo o funcionário aplicar-nos os aparelhos e as pomadas, sem reparar que somos gente, deixa-nos bons da maleita, mas doentes da cabeça.
Já fiz fisioterapia num hospital particular, onde não me lembro de ter ouvido uma palavra da senhora que me aplicava os panos quentes, além do "dispa-se" e "pode vestir-se", em tom seco, talvez profissional em demasia. Nunca gastou um minuto a mais comigo. Não me lembro da cara dela, sequer.
As pessoas estão fragilizadas por estarem doentes e o próprio hospital tem um ambiente soturno e frio. Por vezes, uma palavra afectuosa dá mais resultado que 20 sessões de ultra sons ou raios lazer.
Eu necessito de comunicar, sou faladora e tenho o riso fácil.
A indiferença dos outros faz-me mal.
Desta vez, sinto-me entre amigos.
Rimo-nos dos mergulhaços que ouvimos uma criança dar na piscina terapêutica, em vez de fazer os exercícios, ou da forma como o Sr Diamantino tem de falar com uma paciente dura de ouvido.
Se não tenho como ir para casa, levam-me lá. E não é um caso isolado, pois já vi levarem outros doentes com dificuldade em se deslocarem.
São mesmo gente boa. Gente bonita.
Estão na net com site clinicaformafisica.com
No próximo dia 17 vão fazer a festa de inauguração.
Estou convidada.

O acidente

Em casa desde 12 de Setembro com uma rotura de ligamentos no pé esquerdo, começo a melhorar e a sentir necessidade de não depender dos outros para me deslocar.

Marcaram-me uma ecografia e resolvi ir fazê-la já a conduzir o meu carro.

Fui à fisioterapia e de seguida entrei na auto-estrada.

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Uma camioneta de mercadorias, à minha frente, perde as duas rodas da esquerda.

Consigo escapar à primeira e sou atingida pela segunda.

Saí trémula do embate, mas sem ferimentos.

O mesmo não aconteceu ao meu carro que está na oficina desde esse dia- Dia 28 de Setembro.

Como gelo na escada


A fazer arrumações na minha casa, depois das férias da mãe e do almoço em família, escorreguei nas escadas e pronto... Fiquei estatelada no hall, com dores de morrer e a ver tudo rodar à minha volta.
Arrastei-me até à cozinha e tirei gelo do frigorífico.
Ainda consegui subir as escadas e deitar-me.
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O meu tornozelo aumentou 3 vezes de tamanho e as dores também triplicaram.
Pedi ajuda e fui para o Hospital.
Nada partido, disse o Raios X.
Um mês de repouso absoluto e fisioterapia, disse o médico.
Duas canadianas e o computador, como companhia...

Fim de férias


No último dia de férias da mãe na minha casa,
fiz um almoço para juntar-lhe os filhos, os netos
e os bisnestos.
A família cresce e renova-se. Fruto do grande amor que viveram os meus pais, a quem só a morte separou.
Os cabelos brancos, os filhos e os netos já adultos.

Aqui, com os filhos - o To-nô, o Manel e euzinha.
E as noras - a São e a Isabel.




Encheu-se a casa de gente bonita.

Transbordou o terraço de alegria, de risos, de brincadeiras e de boa disposição.

Os netos
Frederico, Bernardo e Pedro.
Rita, Bagui e Bébé.







E também os bisnetos Francisca e Tomás.

E os futuros netos Jorge, Carlos e Pêpê.

Todos estivemos muito felizes.

O tronco da árvore... a mãe.

Agosto

O mês de Agosto é o mês da minha mãe.
É tempo de muito calor no Fundão e a minha casa, por estar perto do mar, é mais fresca. Assim, vem passar esse período comigo, para mudar de ares e dar férias às suas empregadas.
Muitos anos e pouca saúde debilitaram-na e está muito dependente, mas continua cheia de classe!
Deixou de usar os seus brincos, colares e anéis. Já não quer usar baton ou verniz.
Quer uma roupa fácil de vestir e macia junto à pele, de resto não tem preferência.
Vive de lembranças, muitas lembranças, pois a sua memória continua jovem. As lágrimas são frequentes... viver da atenção e cuidado dos outros, não permite pensar no futuro e isso deve doer!

TLM

O telemóvel é um objecto pelo qual falamos com quem queremos, a qualquer hora, de qualquer lugar. Não se vê por onde se fala, nem por onde se ouve. Não parece um telefone.
Mas todos conhecem, todos têm, todos usam.
Não precisa de estar ligado à corrente, não precisa de antena.
É pequeno, tão pequeno que pode aplicar-se à armação dos óculos, esconder-se na palma da mão ou perder-se no fundo da mala de uma senhora misturado com o baton e a caixa do pó compacto.
Com um pequeno gesto, temos quem queremos do outro lado da linha. É necessário que ela nos queira atender, claro, que não pense como eu.
Também tem os seus inconvenientes.
A todo o momento temos alguém a ligar-nos, para falar de qualquer coisa que esqueceu de dizer ainda há pouco. E o que acontece connosco, acontece com todas as pessoas ao nosso redor, que constantemente respondem ao toque da última música preferida.
E fala-se na rua, a caminho do banco ou do emprego, no supermercado entre a prateleira dos detergentes e das bolachas, na farmácia, no quiosque, na esplanada ou no carro.
Fala toda a gente, em qualquer sítio, ao mesmo tempo e com todos a ouvir.
Se não atendemos, deixam mensagem de voz, mensagem escrita ou accionam o recall.
Não temos como escapar.
O uso do telemóvel deu origem a novas maneiras de falar. Assim, já não se usa o característico "Tou" ou "Tá lá", agora usa-se "Onde estás?".
Se o aparelhinho fôr mais sofisticado, podemos ter a prova através da câmara de filmar... é a 3G.
Se estamos a falar com outra pessoa, fica em espera, sem se cansar. É um tormento!
Dizem-me que é útil na estrada para o caso de termos uma avaria... Mais útil seria um mecânico e não levamos um connosco sempre que viajamos!
Deixámos de ter novidades para contar em casa no fim do dia. Não temos surpresas quando encontramos alguem que já não vemos há algum tempo. Tudo é dito na hora, no minuto em que acontece, por mais distasnte que estejamos.
Toda a gente sabe o que nós sabemos. Não tem piada...
Eu começo a defender-me.
Esqueço-me dele em casa. Se tenho de atender, aviso logo que não tenho carga. Se me pedem para ligar, não tenho saldo. Se estou em casa, não lhe carrego a bateria.
Outra marosca é identificar sempre na nossa lista todos aqueles que não queremos atender.
É que assim vemos quem está a querer falar-nos e pronto... a solução já não é esquecer de anotar o número, a solução é mesmo anotá-lo, não vá acontecer, num momento em que nos sobra alguma boa vontade, carregarmos no verde e pronto, sermos apanhados.
Não podemos ver um filme descansados, parecendo até que adivinham quando estamos com interesse numa cena. Quantas vezes nos distraímos a ver o que nos interessa e somos despertados do lado de lá com "Estás a ouvir?"
Deixamos o jantar arrefecer, ou temos que responder com a boca cheia.
Não escapamos sequer na casa de banho e por vezes e distraídos, até descarregamos o autoclismo!
Para mim o telemóvel tem uma única função... fazer chamadas. Raras, absolutamente necessárias e, se possível, curtas. Também é interessante podermos dizer que estamos no Algarve, sem termos saído de casa ou ao contrário.
Quando desejo muito uma chamada, o que é raro, parece que a outra pessoa pensa como eu... nunca liga! Se ligo eu... ela não atende. Parece bruxedo!
Só atendo um telefone quando quero, no entanto nunca confesso isso a quem diz ter-me telefonado. É uma nova característica destes pequenos sabonetes com teclas- ensinaram-nos a mentir mais.
Toda a gente dá as mesmas desculpas... "Deixei-o no carro", "Tinha-o na mala e não ouvi", "Ia ligar-te mesmo agora", "Só vi a mensagem hoje"...
O modelo que possuímos, também mostra o nosso status. O tamanho, as características, o preço... Há modas para eles, como há para tudo o resto.
Temos, portanto, de os substituir regularmente por outros mais completos, mesmo que nunca consigamos ter tempo para aprender todas as suas funções.
Devemos saber enviar mensagens de olhos fechados, ter cãmara, net, músicas diferentes todas as semanas, toques personalizados para as diferentes categorias de interlocutores, capas de cores metálicas para combinar com o carro ou com a roupa, bolsinha de pele para pendurar no cinto, etc.
Para bem, devemos ter dois, no mínimo.
Podemos esquecer a carteira, as chaves de casa, os óculos, podemos esquecer o filho no colégio, mas nunca, nunca o telemóvel.
Dizem que o uso excessivo frita os miolos... Isso não nos aflige. Vive-se com os miolos fritos, mas sem telemóvel é impensável.
Eu tenho dois, como manda o bom senso. Um é 96 e o outro 91. Mas raramente têm saldo, bateria ou encontro os carregadores. Se, mesmo assim, funcionam, não atendo as chamadas!
Eu sou espírito de contradição.

No palco


A peça foi escrita por dramaturgo desconhecido e todos subimos ao palco para a representar.

Tem um único acto e nela cabem todos os géneros literários, apesar de ser sempre considerada muito curta.

No momento de serem distribuídos os papéis, o acaso entra nas exigências do casting- serão tidos em conta o sobrenome, a cor da pele e dos olhos, a textura do cabelo, a simetria do perfil, a conta bancária, os metros quadrados de terra que se possuem.

Contará também o país de origem, o regime político, a renda per capita, o sistema de saúde, o acesso ao ensino, ao crédito, ao poder. (Muito poucos, contrariando esta regra de selecção, serão protagonistas devido ao seu talento.)
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São esses os elementos primordiais para que se encontre o protagonista e é ele que recebe os aplausos na boca de cena.

Os actores secundários trabalham para garantir brilho ao espectáculo.

Os outros serão meros figurantes, embora ninguém se reconheça como tal.
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Todos sonham ouvir o seu nome sobressair dos aplausos ou verem-no destacado em grandes letras nos cartazes, mas raros assumem isso.

Os papéis são escritos todos os dias e ninguém conhece o seu desfecho.
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Podem interpretar personagens diferentes em curtos espaços de tempo, conforme o exijam aqueles com quem contracenam e o próprio cenário.

Quando termina o espectáculo e ficam sozinhos no camarim, tiram a maquilhagem e têm dificuldade em se aceitar sem a caracterização.

Dificilmente conseguem definir-se com verdade, contabilizando em alta as suas qualidades e em baixa os seus defeitos.

Valorizam demais os cenários, os adereços, o guarda-roupa, a caracterização, mas não prescindem do "ponto" para não terem de memorizar textos complexos.
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Acham-se insubstituíveis, incomparáveis, a peça chave dos sucessos, mas excluem sempre qualquer culpa nos fracassos.
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Podem escolher a peça e a personagem, mas preferem deixar essa função ao Destino, para não serem responsabilizados pelas opções erradas.

No palco da vida, todos são actores mas poucos estudaram a arte de representar.

Dançar...

Negro, de rigor. Vermelho, de paixão... A beleza da dança.


A emoção...

A música, como sangue que corre nas veias, dá alma ao Flamenco.

As mãos acompanham o ritmo do bater do coração, com os dedos que estalam.

Os pés marcam a cadência dos gestos, o voltear das ancas, a arrogãncia dos ombros, o movimento nervoso da cabeça.

E todo o conjunto vibra...








O Salero...


Folhos, xaile e franjas.

Violas, castanholas e palmas que marcam o ritmo.

Flamenco é mulher com toda a sua sensualidade.










A elegância...


O negro dos cabelos apanhados, os dedos das mãos como notas em pauta de música, o vestido contornando as formas femininas, o olhar distante e enigmático deixam adivinhar a melodia.





A Expressão
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A beleza da sevilhana, a agressividade dos gestos, a austeridade dos adornos e o preto e branco da belíssima foto, deixam no registo a alma do flamenco.

Os braços formam um coração que contorna o rosto. As mãos, como duas pombas...

É dor e paixão. É arte.

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A força...
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O revolucionário do Flamenco, com toda a sua genialidade.
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A alma cigana.
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Olé!